Jack Kirby – 25 anos sem o Rei

E hoje vamos falar do Rei. Não, não será um especial de Natal sobre Roberto Carlos ou um documentário sobre o Rei do Futebol, Pelé…
Neste início de 2019 lembramos dos 25 anos de falecimento de Jack Kirby, o Rei dos quadrinhos, co-criador (junto de Stan Lee) de praticamente tudo que faz sucesso hoje em dia no universo Marvel que você conhece.
E como este é um post especial, teremos uma série de participações especiais, de artistas e entusiastas dos quadrinhos, no episódio de podcast que você encontra aqui! Portanto sua experiência só será completa ao ouvir, antes ou depois de ler este post!

O mais influente e prolífico desenhista dos gibis americanos e um dos principais criadores também. Nascido Jacob Kurtzberg, na cidade de Nova York, começou a desenvolver o traço influenciado por revistas como “Wonder Stories” e por artistas como Hal Foster e Alex Raymond. Iniciou sua carreira nos estúdios Fleischer, em 1935, onde fazia as seqüências para o desenho “Popeye”. Ele então ingressou no distribuidor Lincoln Newspaper, em 1936, trabalhando ali até que falissem em 1938. No finalzinho dos anos 30, Kirby foi contratado pelo estúdio Eisner & Iger. Will Eisner dizia em entrevistas que evitava contratar “freelances”, mas Kirby sempre declarou que foi “freelance” no estúdio.

Kirby conheceu Joe Simon enquanto este fazia trabalho “freelance” para a Fox Publications. Os dois se uniram e começaram a produzir e vender HQs. A dupla criou o patriótico “Capitão América” para a Timely (mais tarde, Marvel) em 1940 (mas com data de março de 1941 na capa). As perspectivas dinâmicas de Kirby, o uso de página dupla, e um exagerado senso de ação fez do título um sucesso imediato. Depois de 10 edições, a dupla descobriu que a Marvel a estava roubando e mudou-se para a editora DC.

E uma curiosidade: você sabia que Kirby desenhou o “Spirit”? Isso aconteceu quando Eisner estava no Exército e foi substituído por outros artistas, entre eles o famoso desenhista do “Capitão América”. Pelo menos um episódio de Kirby saiu no Brasil: “A princesa oriental”, publicado no “Globo Juvenil” de 19/10/44.

Com, o fim da Guerra, os super-heróis perderam popularidade e Kirby e Simon passaram a produzir HQs de outros gêneros. Criaram o primeiro gibi de amor, “Young Romance”. E produziriam muitas HQs de crime, horror, humor e faroeste. A parceria terminaria em 1954 com a indústria de gibis estagnada. Kirby voltou para a DC, para cuidar da série do “Arqueiro Verde”. Sua genialidade transformou as HQs do herói nas melhores até aquele momento. De quebra, criou o clássico “sci-fi” “Desafiadores do Desconhecido”.

Após se desentender com alguns editores, Kirby voltou para a Marvel, desenhando uma série de HQs de monstros. Mas a grande virada em sua carreira ocorreu em 1961, quando ele e o escritor e editor Stan Lee criaram “Quarteto Fantástico”. Kirby foi co-criador de grande parte dos heróis da casa nos anos seguintes: “Thor”, “Hulk”, “X-Men”, “Surfista Prateado”, “Vingadores”, “Dr. Destino”, “Galactus”, “Inumanos” e “Pantera Negra”.

Em 1970, numa atitude que chacoalhou a indústria, largou o sucesso na Marvel e voltou para a DC, para produzir HQs autorais (sem a parceria de Lee). Foram: “Novos Deuses”, “Sr. Milagre”, “Povo da Eternidade” e “Jimmy Olsen”. Juntos, estes títulos compunham o famoso “Quarto Mundo de Kirby”. A seguir, Kirby criou novas séries, como “OMAC”, “Kamandi”, “O Demônio (Etrigan)”, “Kobra” e uma nova encarnação de “Sandman”, ao lado de seu ex-parceiro Simon pela última vez. Nos anos posteriores, esses personagens seriam de fundamental importância na mitologia da DC, principalmente o vilão “Darkseid”. 

Em 1975 se reconciliou com a Marvel, onde produziu títulos como “Homem-Máquina”, “Devil Dinosaur” e “Os Eternos”. Kirby também quadrinizou “2001, uma odisséia no espaço”. Em 1978, mais uma vez a dupla Lee & Kirby inovou com a realização da “graphic novel” “Surfista Prateado” (inédita no Brasil). 

Então, o “Rei” (apelido que Lee deu para ele) enveredou pela animação, mas continuou contribuindo com editoras menores, como a Pacific — onde criou “Captain Victory”. Nos anos 90, já doente, foi homenageado com séries novas desenhadas por outros autores da Image e Topps

Sabendo que Kirby exerceu e ainda exerce influência no estilo de desenho ou leitura de muita gente no mercado editorial, convidei alguns parceiros bem conhecidos dos meios dos quadrinhos, para relembrar fatos marcantes, contar suas influências ou mesmo prestar uma homenagem póstuma ao Rei!

Do melhor e mais especializado site sobre quadrinhos do Brasil, o Universo HQ, Samir Naliato nos conta um pouquinho seu apreço por Jack Kirby.

Agora, vindo diretamente do site Guia dos Quadrinhos, o nosso catálogo oficial e fonte de consulta garantida, temos Will, um dos mentores do site e autores do maravilhoso livro Os Mundos de Jack Kirby, que reúne artistas brasileiros desenhando personagem de Kirby, junto a uma ficha técnica caprichada.

Na sequência, temos Rodrigo Rosa, a mente por trás da Editora Figura (que já publicou por aqui Sharaz-de, Crime e Castigos e Mort Cinder), mostrando seu carinho por Kirby.

Ton Messa, artista independente que conhecemos ao longo dos anos, também enviou seu depoimento.

E para fechar, dois dos meus grandes amigos e colecionadores de quadrinhos, membros honorários do Fanzine, perderam a timidez e declararam seu amor pela arte de Jack Kirby!  Willian Correa e André Ribeiro!

Vida longa ao Rei!
Fabio Camatari Escrito por:

Dinheiro não traz felicidade... mas compra quadrinhos, que é quase a mesma coisa!