“And the Oscar goes to … Wall-E!”
Em um ano de ótimas estréias e mega-blockbusters, Wall-E é uma das apostas para levar uma estatueta do peladão dourado em sua próxima edição. E se houver justiça na Academia, não será indicado apenas para animação. Fotografia, Som, Roteiro, Efeitos… enfim, merece bem mais indicações do que apenas as óbvias para uma Animação.
Confesso que li várias críticas antes de ir aos cinemas e algumas me ajudaram a ver nas entrelinhas da história. A Pixar se superou e fez História.
Sobre o filme, estamos ambientados no futuro onde a população terrestre deixou nosso planeta inabitável, cheio de lixo, contaminado, poluído e outros adjetivos do gênero, e resolveu cair fora num cruzeiro espacial enquanto robôs fariam uma grande faxina, enquanto aguardam o planeta tornar-se digno de vida novamente. Dentre várias ótimas cenas, destaco a dança entre Wall-E e Eve no espaço… memorável!
Sobre Wall-E, deveria existir um Oscar para melhor ator virtual. Vemos nele várias referências do cinema, de E.T. a 2001, mas se prestarmos bem atenção, ele é Charles Chaplin! O pequeno robô está sozinho em sua missão, firme em sua diretriz. Sem saber do que se trata, ele tem fé na humanidade. Empilha milhares de blocos compactados de lixo todos os dias, formando montanhas absurdas de lixo.
Os sentimentos que ele desenvolve não são clichês como visto em Eu, Robô. São emoções simples e desprendidas, tanto para sua missão, quanto para Eve.
Sobre a Pixar, posso resumir da seguinte forma: é um estúdio que faz história com animação, ao contrário dos demais, que fazem animação com uma história de fundo. Ela acertou em cheio, inovou e deixou mais uma vez sua marca.
Sobre o público, ao sair da sessão, disse a minha esposa: “Esse filme deveria ser exibido nas escolas, sem parar, até que a mensagem entre na cabeça dessa molecada de hoje em dia!” O Apocalipse Ambiental mostrado pode ser um pouco surreal, mas na data futura em que se passa o filme, dá medo. Pergunto: você já visitou o lixão, ou aterro sanitário da sua cidade? Então vá. Não será nada agradável, mas terá uma idéia de quanto nós produzimos de lixo diariamente e ESPAÇO será um problema… muito mais cedo do que possa imaginar!
Este filme mostra que podemos ser melhores do que realmente somos. Basta querer. Não dói nada.
Wall-E
EUA, 2008 – 103 min
Animação adulta
Direção: Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton e Jim Capobianco
Elenco: Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, Fred Willard, John Ratzenberger, Sigourney Weaver