Pela primeira vez na história, o Zine Acesso traz orgulhosamente até você, um artigo sobre um Musical!
As poucas vezes que falamos de teatro aqui no Zine Acesso foram através de comédias, stand-up’s e por aí vai. Por isso desta vez inovamos e trazemos comentários sobre Os Produtores, musical de Mel Brooks, sucesso na Broadway e adaptado no Brasil por Miguel Falabella.
Miguel Falabella viu em 2001 a montagem americana de The Producers, grande sucesso, e não teve dúvidas: “Fiquei fascinado e logo pensei em trazer para o Brasil”, conta ele, finalmente acertando em 2007 com Sandro Chaim a montagem que estrou com o título Os Produtores. De lá pra cá, o musical esteve apenas no eixo Rio – São Paulo, porém esta semana fez sua primeira estréia em outras terras, em Curitiba, no ótimo Teatro Positivo (um dos melhores teatros brasileiros da atualidade).
Trata-se da história de um produtor de musicais, Max Bialystock (Falabella), cuja carreira está em decadência, e que para se salvar, satisfaz os desejos de velhinhas endinheiradas. Tudo muda quando seu contador, Leo Bloom (Vladimir Brichta), sem querer, lhe dá a dica de como ficar rico: levantar dinheiro para um espetáculo e montar um grande fracasso, que sairá de cartaz no primeiro dia.
Os dois embarcam no projeto e, para isso, vão à procura da pior peça possível e escolhem um musical sobre a época nazista, Primavera para Hitler. Para dirigí-lo, claro, escolhem o “pior diretor de todos os tempos”, o afetadíssimo Roger de Bries. No meio da história surge ainda a bela e sueca Ulla (Juliana Paes), a candidata a assistente por quem Leo se apaixona, e que acaba contratada como principal atriz, secretária e recepcionista. Tudo parece estar dando certo, mas o espetáculo, no final, transforma-se em um grande sucesso.
Falabella está em plena forma (apesar de brincar com isso durante o espetáculo) e num ótimo ritmo, atuando e dirigindo o musical. Vemos nele traços do eterno Caco Antibes. Também protagoniza uma hilária interação com a platéia no segundo ato.
Considero Vladimir Brichta a grande surpresa da montagem. Encarnou um Leopold Bloom tão afetado e caricato que ninguém se agüenta em vê-lo em cena (muitas vezes nem os próprios colegas no palco!). É muito bom ver o quilate de alguém fora da TV.
Juliana Paes como Ulla não tem um papel tão extenso como os de Max e Leo, mas não decepciona e eleva o nível da peça. É no mínimo curioso ver a morena encarnando uma Sueca loira com sotaque enrolado! Fora outros atributos…
São 3 horas de um espetáculo dinâmico, de humor afiadíssimo e muito bem montado, que se passam sem perceber. Ah, vale uma lembrança: a orquestra toca ao vivo e não há dublagens!
Sobre Mel Brooks, aos que não conhecem, sempre esteve envolvido com filmes ou produções de humor para a TV e cinema. Só para citar, foi criador de Agente 86, dublou vozes na animação Robôs e Príncipe do Egito, trabalhou em Muppets.