Fragmentos do Horror – Junji Ito

Sinopse Oficial: Fragmentos do Horror é uma coleção de histórias curtas, perfeitas para quem quer experimentar o que essa mente tão delirante é capaz de produzir. Itosan oferece ao leitor nove encontros com o desconhecido. Cada quadrinho pode ser fatal, cuidado! Entre as histórias da coletânea, temos uma mansão velha de madeira que gira sobre seus habitantes. Uma turma de dissecação com um assunto nada comum. Um funeral em que os mortos definitivamente não são postos para descansar. Variando do aterrorizante ao cômico, do erótico para o repugnante, essas histórias apresentam o retorno de Junji Ito há muito aguardado para o mundo do horror.

Kowai! É assim que se diz “assustador” em japonês. E poucas coisas podem ser mais kowai do que um mangá assinado por Junji Ito. Mestre do terror em quadrinhos, Ito combina o surrealismo e o escatológico em suas histórias. O resultado é sempre bizarro, mas ainda assim — ou quem sabe até por isso mesmo — belo.

FRAGMENTOS DO HORROR é o tipo de obra que vai te exigir coragem e estômago, em proporções que vão variando ao longo da obra. Este foi o primeiro livro de mangá publicado pela DarkSide® Books.

Trata-se de uma coleção de histórias curtas, perfeitas para quem quer experimentar o que essa mente tão delirante é capaz de produzir. Ito-san oferece ao leitor nove encontros com o desconhecido. Não dá para saber o que se esperar de cada uma das histórias…

FRAGMENTOS DO HORROR faz parte da nova coleção DarkSide® Graphic Novel – Tokyo Terror e, como todos os títulos da Editora da Caveirinha, vem numa caprichada edição em capa dura. A tradução foi feita diretamente do japonês e a publicação segue a orientação original, da direita para a esquerda — como tem que ser. Para os menos acostumados (como eu) em poucas páginas já foi possível me adaptar ao fluxo de leitura.

Para quem curte quadrinhos, terror e cultura oriental, é uma grande pedida. E para quem é fã de mangá, não tem nem o que discutir: mestre Junji Ito é obrigatório. Kowai desu.

Vamos dar agora uma breve pincelada em cada um dos contos que compõem esse mangá:

Futon – A trama que abre o álbum é a mais curta de todas e justamente a primeira que o autor fez após sua parada. Fez e refez, segundo conta no já mencionado posfácio, pois nem ele nem seu novo editor estavam satisfeitos com o resultado. Foi desta HQ que foram retirados os monstros ocultos da capa. Quando colocado em determinada posição contra a luz, é possível ver elementos escondidos no contraste fosco e brilho. Ótima história para introduzir o mangá.

Monstro de madeira – Uma das melhores histórias da coletânea, onde a arte tem papel fundamental e deve causar urticária em quem sofre de tripofobia, isto é, a fobia de padrões irregulares ou de agrupamento de pequenos buracos ou saliências. Neste conto temos um pai viúvo que vive em paz com sua filha numa casa muito antiga, até que do nada, recebe a visita de uma mulher misteriosa, com um interesse acima do normal por aquele imóvel histórico.

Tomio – Gola rulê vermelha – O protagonista é justamente o personagem principal da capa, segurando a cabeça, como no famoso quadro O Grito, uma obra de arte expressionista que simboliza o sentimento de angústia do ser humano, de Edvard Munch. Ao trocar a namorada por uma nova amante, uma estranha cartomante, Tomio acaba perdendo a cabeça… literalmente.

Suave adeus – Nem parece uma história de terror como as demais. É a mais leve da compilação, tanto que quase chega a destoar do conjunto. Bonitinha com plot twist no final.

Dissecação-chan – Traz a trajetória bizarra de uma mulher com o fetiche bem particular: ser dissecada viva. A história flertando ora com o humor funesto, ora com o fantástico, surpreendendo quem lê com toda sua força.

Pássaro negro – Pode-se dizer que foi a história menos impactante do conjunto, que mostra um observador de pássaros que se acidenta na mata e atrai a atenção de uma mulher alada, uma espécie de harpia. Tem um ponto de virada que poderia ter sido melhor explorado.

Magami Nanakuse – Temos aqui uma famosa escritora que tem um modo bastante peculiar de lidar com os fãs que a assediam a todo momento. O estilo de arte e história destoam um pouco do restante do mangá.

A mulher que sussurra – Roteiro que parece ter sido extraído de algum episódio perdido daquele seriado Além da Imaginação ou mesmo um Black Mirror, só que sem a tecnologia: um plot bem resolvido e uma certa crítica social. Aqui, um magnata precisa contratar babás para sua filha adolescente que sofre de uma indecisão crônica para levar a própria vida. Até o dia em que ele aparentemente encontra a candidata perfeita, que parece não se importar em dar ordens detalhadas para a garota, como se ela fosse sua marionete, vivendo como uma sombra ou mesmo um papagaio de pirata.

SURREAL DE CARNE E OSSO
Os mangás do Junji Ito são tão arrebatadores que a gente até suspira aliviado quando pensa que é apenas fantasia. Será? A artista e fã Mamakiteru dá vida a algumas das imagens mais aterrorizantes do mestre.
O resultado é fiel à obra de Junji Ito: belo e grotesco, repulsivo e hipnótico. Confira aqui o trabalho de @Mamakiteru, e não perca a estreia de Junji Ito na DarkSide® Books com FRAGMENTOS DO HORROR.

Junji Ito nasceu em Gifu, no Japão, em 1963. Começou a desenhar como hobby, e só viria se tornar profissional depois dos trinta anos de idade, em 1987. Desde então, tem sido reconhecido como um dos maiores artistas contemporâneos dos mangás de terror. É autor das séries Uzumaki, Tomie, ambas adaptadas para o cinema, e Gyo, transformada em filme de animação. As influências de Ito incluem os artistas de mangá de horror clássico Kazuo Umezu e Hideshi Hino, assim como os autores Yasutaka Tsutsui e H.P. Lovecraft.

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