Faz 40 anos desde que a Marvel aterrissou em terras tupiniquins pela primeira vez e até então, acredito que nenhuma outra notícia foi tão marcante como esta.
A identidade secreta do Homem Aranha sempre foi um bem muto precioso para a Marvel em sua linha tradicional de quadrinhos (digo isto, por que se nos atentarmos para a linha Ultimate, o segredo de Peter não tem tanto peso assim).
Confesso que foi muito chocante ler as páginas que revelaram este segredo. Mas como pode um “segredo” desta natureza causar tamanho impacto? Eu sei, você sabe, tudo mundo sabe! E ainda assim, como isto causa espanto?
Li e reli várias vezes a manchete e ainda não me conformo… Uma sensação estranha, que mesmo sendo leitor, me sinto traído, como se vivesse no universo da HQ. Mas… me colocando no lugar de um cidadão qualquer do universo Marvel, de que importa este nome? Quem é este Peter Parker? Poderia ser qualquer outro nome! Creio que os mais impressionados seriam o dentista dos Parker, o os colegas de trabalho dele, os amigos, etc. De quantas pessoas estaríamos falando? Uma centena no máximo..?
Então não é espanto que sinto… Agora vejo que é a força da quebra de um paradigma!
Não é a identidade de Peter que incomoda, mas o fato da quebra do tabu da identidade secreta.
A (minha) grande verdade é finalmente tirou o conforto da leitura pacata da HQ no sofá da sala. Algo que consegue te fazer arquear sobre as páginas, mexendo com a estrutura de décadas de uma linha de argumentos neste sentido. Fico empolgado em saber que todos que escreverem a partir de agora terão que lidar com o novo. Como diz o ditado: “Colocaram o bode na sala…”
Com essas e outras, que a aprovação de Lei de Registros pode ser uma boa. Não só pela justiça dos mortos de Stamford, mas pelo bem de novos e criativos argumentos a partir deste marco. Chega de clones, chega a-volta-dos-que-morreram. Nossos heróis vão ter que lidar com algo bem mais consistente.