Definitiva-mente os 101 minutos desta animação rendem horas de discussão entre amigos!
A mais nova atração Pixar é uma verdadeira obra de arte: dá uma aula de metalinguagem aplicada a demonstração simples de conceitos complexos de nossa mente.
O ponto alto deste filme não está no óbvio – a qualidade técnica do estúdio. O roteiro, apesar de perfeito, ainda perde para a ideia do filme, esta sim, digna de levar o longa para o Oscar.
Então do que se trata afinal esta animação, se é tão boa assim?
Divertida Mente (ou Inside Out – De dentro para fora) mostra como funciona o sistema de memória humano, as relações entre as emoções e os papéis que desempenham em nossa vida, desde o nascimento.
Ao “antropomorfizar” emoções básicas do ser humano: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e “Nojinho”, vemos estes cinco personagens se desenvolverem junto a Riley, menina de 12 anos que tem uma vida feliz, até sua família se mudar de Minessotta em virtude do trabalho do pai. Genial como o filme mostra de maneira lúdica o processo de formação de nossas memórias, quais são as mais importantes, o que ocorre quando se tornam uma memória de base… ou quando vão para o esquecimento!
A partir daqui, você vai ler alguns spoilers! Continue por sua conta e risco!
Alegria é o sentimento/personagem principal, porém a antagonista, Tristeza, não pode ser considerada a vilã. Por mais que tendamos a acreditar que ela seja má, ao tentar tocar memórias alegres, tornando-as tristes, isso conversa conosco no sentido de que toda grande memória alegre, foi precedida em algum ponto por algo triste.
Neste desenrolar, Alegria e Tristeza acabam saindo da Torre de Comando (de onde as emoções enxergam a vida pelos olhos da menina), sobrando Raiva, Medo e Nojinho no comando. Mas como reagiria uma criança com estas três emoções no comando?
Das memórias base, formam-se as Ilhas: Amigos, Hóquei, Bobeira, Honestidade e Família. Porém, sem as duas protagonistas na Torre de Comando, as ilhas começam a se desfazer, uma a uma, enquanto Alegria e Tristeza tentam a todo custos voltar ao controle.
A formação dos sonhos, o mundo da imaginação, o sistema de “reciclagem” de lembranças e até um amigo imaginário são bem explicados. Qualquer criança poderá entender e discutir questões chave, como por exemplo: “que emoção está no controle de minha cabeça???”
Se algum amigo psicólogo ou professor ler este texto, por favor, assista ao filme e o considere em suas aulas. Esta obra deve ser aplicada a todos, pois informa e emociona, com a mesma grandiosidade.
Nota: assista aos créditos finais. Assim como espiamos durante o filme como as emoções controlam as cabeças dos pais, vemos alguns exemplos hilários dos comportamentos da Professora, Motorista de ônibus, gato e cachorro…
Lembraremos-nos deste filme por muito tempo, como uma lembrança forte e querida.
Ou como uma memória-chiclete, que também é muito bem explicada no filme! Ou você nunca se lembrou daquela musiquinha chata, que vem do nada e impregna sua mente?
DIVERTIDA MENTE (2015)
Inside OutDiretor: Pete Docter
Roteiro: Pete DocterAlegria (voz de Amy Poehler no original e de Miá Mello no Brasil)
Tristeza (Phyllis Smith/Katiuscia Canoro)
Medo (Bill Hader/Otaviano Costa)
Nojo (Mindy Kaling/Dani Calabresa)
Raiva (Lewis Black/Léo Jaime).