Sinopse Oficial: O mundo é muito grande e o que não falta são lugares para se visitar, festas para ir, bebidas para provar, comidas para saborear e… obras de arte para roubar! E nessa continuação de A Grande Odalisca é exatamente isso (e muito mais) que aguarda o leitor que se apaixonou por Alex, Carole e Sam, o trio de ladras mais formidável do século XXI. Especializadas no furto de obras de arte, essas três garotas sabem como combinar tecnologia, conhecimento e ousadia para reinventar uma profissão que perdeu seu viés fantasioso e sua dose de cinismo com o desaparecimento de Arsène Lupin, o famoso personagem do escritor Maurice Leblanc.
O entrosamento das garotas, que já era o maior charme do volume anterior, só melhora com a necessidade de novos golpes e planos mirabolantes, ao melhor estilo Carmen Sandiego. Porém, diferentemente da última vez, o trio se encontra desfalcado… O que não é exatamente um impedimento para a próxima missão: invadir o museu Petit Palais e subtrair a célebre pintura de Édouard Manet, Olympia! Mas é preciso saber até que ponto as moças serão capazes de se arriscar em nome dos laços de amizade que se formaram e pelo bem-estar geral, ainda mais quando determinadas ações não são guiadas pela vontade, mas sim pela mais pura e absoluta pressão!
Três jovens franceses em ascensão nos quadrinhos oferecem uma experiência única ao leitor por meio de uma sinfonia de ação, humor e aventura, que alcança um resultado transcendente. O primeiro deles é Bastien Vivès, um dos autores mais comentados da atualidade, inclusive no Brasil, lembrado principalmente pelas obras O Gosto do Cloro, Uma Irmã e a premiada Polina, que virou filme e foi eleita Melhor Álbum de 2011 pela ACBD (Association des Critiques et Journalistes de Bande Dessinée). Os outros dois são Florent Ruppert e Jérome Mulot, que vêm se destacando na França por seus quadrinhos experimentais, donos de um traço orgânico que valoriza bastante a linguagem corporal dos seus personagens.
Com os volumes A Grande Odalisca e Olympia, a editora Pipoca & Nanquim fecha a primeira saga dessas personagens incríveis, em grande formato, capa dura com impressão soft touch, miolo inteiramente colorido em papel couché de alta gramatura e biografias dos autores. Agora é torcer para que essa equipe criativa nos brinde com mais aventuras como essas.
O Museu
O museu irmão menor do conhecido Grand Palais em Paris, construído para abrigar exposições, conta com obras de artistas estimados como Cézanne e Rembrandt. O Petit Palais contém o Musée des Beaux Arts de la Ville de Paris, o museu de belas artes da cidade de Paris. Visite e descubra a grandiosa coleção de pinturas, esculturas, tapeçarias, manuscritos e outros objetos que datam desde a antiguidade até o século XX.
O Petit Palais fica na Avenue des Champs-Elysées do lado oposto ao Grand Palais, que também foi construído para a Exposição Universal de 1900. A estrutura no estilo Beaux Arts foi projetada pelo arquiteto Charles Girault, que ainda supervisionou a equipe na construção do Grand Palais nas proximidades.
A Olympia de Manet
Manet considerava este quadro o melhor da sua produção, embora tenha sido um dos seus trabalhos que recebeu as críticas mais duras e as maiores humilhações quando exposto pela primeira vez, no Salão de 1865. Um dos críticos da época escreveu “A arte afundou tanto que não merece nem censura”.
O que chocou o público foi a sensualidade direta do tema: na literatura francesa, Olympia era um nome que definia comumente as prostitutas, e os adereços e ornamentos eróticos da modelo, assim como seu olhar atrevido, não deixavam dúvidas quanto à sua profissão.
A pintura de Manet mostra uma mulher nua reclinada em uma cama, vestindo apenas uma fita preta em volta do pescoço, uma pulseira de ouro no pulso, chinelos Louis XV nos pés e uma flor de seda no cabelo – todos os símbolos de riqueza e sensualidade. Ao pé da cama há um gato preto, enquanto uma mulher negra lhe traz um maço de flores.
A modelo para o quadro foi Victorine Meurent, uma das suas modelos favoritas, que também aparece como a mulher nua em Almoço na Relva.
A característica mais impressionante da pintura – o que a define como uma obra de arte revolucionária – é o contexto totalmente moderno. Como Olympia não é deusa clássica ou ninfa mitológica das páginas de Ovídio – Olympia é uma prostituta parisiense do século 19. Ainda mais chocante é a expressão em seu rosto. Ela olha para o espectador com um olhar direto, quase de confronto, como se colocasse o espectador no papel de seu cliente.
Na verdade, os nus femininos foram criados por artistas há séculos: a escultura grega, que consistia em retratar os corpos masculinos e femininos e o Renascimento italiano que considerava o corpo humano como um dos seus principais temas. Mas a nudez só era aceitável desde que o contexto fosse suficientemente elevado. E uma cortesã deitada nua numa cama tinha a realidade fria e prosaica para a época.
Os autores
Bastien Vivès: Parisiense, nascido em 11 de fevereiro de 1984, é lembrado principalmente pelo roteiro e arte das HQs O Gosto do Cloro, que faturou o Prêmio de Revelação no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême em 2009, Uma Irmã, de 2017, Last Man, adaptado para série animada e premiado com o Angoulême de Melhor Série, em 2015, e Polina, adaptado para o cinema em 2016 e laureado com o Grande Prêmio da Crítica pela ACBD, a Associação Francesa dos Críticos e Jornalistas de Quadrinhos.
Ruppert & Mulot: Os franceses Florent Ruppert e Jérôme Mulot nasceram em 1979 e 1981, respectivamente, e se conheceram na Escola de Belas Artes de Dijon, em 1999. A colaboração artística da dupla começou alguns anos depois, em 2002, com roteiros e ilustrações sendo feitos para projetos da época em que ainda eram estudantes — na maioria dos casos, histórias curtas publicadas em antologias. A predileção deles está em se divertir com a percepção do leitor, introduzindo personagens que têm muito a dizer por meio da linguagem corporal (um efeito da formação em Artes Plásticas que compartilham). Suas principais obras são Panier de Singe, pela qual ganharam o Prêmio de Revelação no Festival de Angoulême em 2007, La Technique du Périnée, Irene e i clochard e Safari Monseigneur.
Capa dura: 140 páginas
Editora: Pipoca E Nanquim (20 de janeiro de 2020)
Dimensões do produto: 30,2 x 21,6 x 2 cm
Link para o episódio anterior: http://fanzine.com.br/a-grande-odalisca-vives-ruppert-e-mulot/
Link para compra: https://www.amazon.com.br/Grande-Odalisca-2-Olympia/dp/8593695388