Para quem não sabe, Star Trek faz parte da pauta de origem do Zine Acesso. Direto do túnel do tempo…
Numa época onde ser trekker representava conhecimento específico, profundo e infelizmente marginal, pois foi descaracterizado com o tempo e a nova onda de produções Sci-fi. A década de 90 não foi feliz para os fãs de Jornadas, justamente num momento de boom de novos referenciais heróicos cinematográficos.
Pois no novo milênio reservou uma grata surpresa aos trekkers: o resgate de Star Trek. Não em uma versão renovada ou com nova embalagem. Não como remake, adaptação ou coisa do gênero. Foi escolhido o melhor caminho, a manutenção do universo de Jornadas nas Estrelas utilizando fundamentos de ficção científica para reinaugurar a franquia. J.J. Abrams, um dos nomes fortes de LOST, foi a escolha perfeita e a mola-mestre dessa máquina.
Quanto a história, nada melhor que uma viagem no tempo (literalmente), bem explicada e sem delírios, para inserir o novo contexto e dar um novo start para a cinessérie. Mostrar a origem da formação da tripulação da USS Enterprise sem apagar o que foi escrito até hoje. Spock, Kirk, Uhura, McCoy, Scotty… não faltou ninguém e todos foram devidamente inseridos, sem atropelos. De um elenco sem estrelismos e não menos competente dentro do proposto, particularmente destaco o Karl Urban, como Dr. McCoy. Seu papel foi curto, mas correto, na medida. O que destaco mesmo é a incrível semelhança com o original. Incrível mesmo! O restante pode ser adaptado com maquiagem.
Na trama, o romuluano Nero vem ao encalço de Spock, agora embaixador da Federação, em uma viagem no tempo a fim de empregar sua vingança. O momento é justamente o do nascimento de James T. Kirk e posteriormente, a formação da tripulação da Enterprise.
Das antigas, Leonard Nimoy. Perfeito.
As principais referências sci-fi estão presentes: teletransporte, viagens no tempo, naves, estações espaciais, phasers, novas galáxias, e por aí vai. Mas uma coisa destaco logo no início do filme: o som no espaço. Quem não assistiu ainda, peço que prestem bem atenção na primeira batalha entre naves no começo. Na sequência de cenas explosivas e barulhentas no interior de uma nave, quando a câmera corta para o vácuo do espaço, corta-se o som… Perfeito! Sem trilha, sem explosões, nada… segundos preciosos quebrando a velha discussão da propagação do som no espaço, eterna “bola fora” do cinema. Ve-se que foi proposital. Mas isso não se mantém durante outras cenas do filme, sem comprometer.
Enfim, é a produção ideal para o recomeço de um marco na cultura da ficção científica. Que venham novos seguidores da cultura trekker, abençoados pelo pop moderno!
Certamente agradará seguidores, saudosistas e quem nunca viu ou ouviu falar do assunto. Humor, Ficção, Aventura, Diversão e respeito aos fãs! Que venham os próximos!