Por 6 anos Lost frequentou minha TV (ou meu PC…) e agora, acabou. Particularmente vou sentir o vácuo deixado pela série, não pelos 40 minutos de cada episódio, mas pelas horas de divagações com minha esposa e amigos. Ninguém aqui no Zine Acesso é fã xiita, ou talifã a ponto de achar que o mundo acabou junto ao último capítulo da série.
Lost acabou, mas a vida continua.
Se você continuar a partir daqui, pode encontrar alguns spoilers. Ah, azar…
Particularmente encaro Lost de duas formas: um arco de histórias em quadrinhos contado como numa grande saga, ou como um filme que paramos de tempos em tempos para buscar pipoca. É um marco na cultura nerd, que revolucionou os meios de divulgação de uma série multimídia, afinal, lembro bem de uma revista SuperInteressante onde Lost foi capa e o assunto era justamente quão difusa foi a campanha viral de divulgação: internet, revistas, TV…
Como toda grande empreitada de sucesso, em algum momento a fama e o $ falam mais alto. Assim divido a série em 3 momentos:
1º e 2º anos. A história é introduzida. Todos discutiam quão bizarra era a frequencia dos malditos números em série… números para salvar o mundo? expoentes de uma equação catastrófica? para onde foram? E o Projeto Dharma! Escotilhas, treinamentos, teorias, ciência, ursos polares na selva, um monstro de fumaça… Os melhores anos da série, responsáveis por arrebanhar os fãs.
3º e 4º anos. Sucesso subiu demais, a audiência vitimou o roteiro. Peruas kombi com cerveja velha, histórias pararelas sem profundidade como as anteriores tentando dar a maior relevância possível a todos personagens antes descartáveis. MAS… a luz de alerta (e a crítica) devolveu a série aos trilhos, mas o mal já fora feito e muitas pontas fatalmente ficariam abertas.
5º e 6º anos. Viagens no tempo, ciência volta com tudo a série. Mitologia atemporal, misticismo, quase xamanismo. Bem contra o mal, certo e errado, luz e escuridão (ou fumaça). E todo o cenário Dharma foi-se. O que vale agora é manipulação e não estamos falando de Ben Linus (a maior revelação e um dos melhores personagens que já vi), afinal alguém se lembra de como se infiltrou aos sobreviventes? Muitas respostas foram dadas, outras ficaram abertas propositadamente para prolongar a discussão mesmo depois de seu final.
Ah, o final de Lost.
Adequado. Contado desde o primeiro episódio do sexto ano, só foi evidenciado ao seu final. Tudo estava ali, acontecendo em nossa frente o tempo todo. Como não achar bem escrito algo do tipo? E cada um no seu quadrado.
As teorias de que “todos morreram na queda do avião”, “purgatório”, céu e inferno”, foram aproveitadas. E da melhor forma possível. A igreja “ecumênica”, reunindo todos os símbolos religiosos. Perfeito e adequado. Termina exatamente no mesmo ponto que começou.
Ok, que venham agora as críticas…