*este texto contém spoilers
Janeiro chega ao fim e Guerra Civil, maior evento Marvel dos últimos tempos, também vai se encerrando (no Brasil).
Cercado de alarde na midía americana, Guerra Civil foi sem dúvida o evento mais rentável da Marvel e grande responsável pela Casa das Idéias abrir vantagem sobre as Distintas Concorrências. Sucesso de vendas por lá, sucesso por aqui.
Envolta no tema da Lei de Registro e deflagrada a partir do desastre de Stamford envolvendo heróis, Guerra Civil culmina na rendição do Capitão América, na marginalização dos heróis clandestinos e na “iniciativa” de formação de grupos de super-seresnos nos 50 estados americanos.
No desenrolar da trama, temos quebras de paradigmas, como a revelação da identidade secreta do Homem Aranha, a morte do Golias, clonagem capenga do Thor, separação no Quarteto Fantástico, clandestinidade rolando solta, vilões clássicos entrando na folha de pagamento do governo americano e o principal: um argumento bem costurado que dividiu opinião pública: Registrar ou não, abandonar identidades secretas e ser convocado pelo governo americano.
No papel, a idéia é muito interessante, porém remete a tempos de controle totalitário e perda de liberdade (ou de privacidade). Particularmente fui a favor do registro, sob o aspecto do devido treinamento e recrutamento heroíno. Porém foi visível o desvirtuamento da idéia principal, devido a jogos políticos e manipulações por interesses pessoais.
Agora sim os spoilers…
Com a vitória do lado pró registro, os Vingadores se repartem em facções, legais e clandestinas. O Capitão América sofre um atentado e morre (no que promete ser um dos melhores arcos de histórias de 2008). O Quarteto se separa, Reed e Sue partem em uma viagem instrospectiva e Pantera Negra e Tempestade assumem seus lugares. Homem Aranha sofre com as conseqüências de sua revelação e se prepara para a maior presepada que a Marvel reservou para o Cabeça de Teia (ver artigo do Willian – One More Day). O Hulk, exilado no espaço, volta para sacudir o mundo em World War Hulk, nervoso como sempre, indo à forra com um certo grupo “iluminado” que decidiu sumir com o Verdão (arrebentou em vendas nos EUA, promete muito!). E por final, indícios de que tudo, no passado antigo ou recente de Guerra Civil, foi obra de um complexo plano alienígena (Skrull, na verdade) de invasão e dominação.
Para quem perdeu ou gostaria de reler, um rápido guia:
Mini série Guerra Civil, 1 a 7: traz a linha mestre dos eventos no Universo Marvel. Leitura obrigatória.
Série Guerra Civil – Linha de Frente: traz uma leitura sob outros olhares dos eventos da Guerra. Nos faz refletir sobre muita coisa a respeito do tema.
Revistas regulares Marvel: todos os títulos com “meia-capa” relacionam seus protagonistas com os eventos principais. Para quem quer entender tudo, do começo ao fim.
O maior evento desde Guerras Secretas (a primeira saga), movimentou bem mais que as vidas dos personagens. Mostrou-se como arrasa-quarteirão em marketing.
Recomendamos. E num futuro próximo, que venham as encadernações de luxo!
Como diria o bom e velho Stan Lee: Excelsior!
Este post faz parte do Carnaval dos Quadrinhos das Quartas #6, cujo tema é “Sagas“. Confira também os outros textos dessa semana:
- O Busilis falou sobre “O Crepúsculo dos Super-Heróis”
- Não Diga Nada detonou com a saga “Gótico Americano”
- O Blog do Hiroshi destrinchou “A Queda do Morcego”