Jane – Aline Brosh McKenna & Ramón K. Pérez


Jane perdeu os pais muito cedo para o mar, quando eles saíram para pescar, e foi forçada a viver de maneira praticamente invisível na casa da tia e dos primos. Ao atingir a maturidade, ela decide que seu lugar não é em uma pequena cidade do interior de Massachusetts, mas sim na maior metrópole do país! Graphic novel baseada no livro Jane Eyre é um romance da escritora britânica Charlotte Brontë publicado em 1847 e compondo diversas críticas sociais que envolvem a condição da mulher na época. E acredite, continua atual…

Com nada mais do que uma mala nas mãos, Jane se muda para Nova York impulsionada por uma bolsa de estudos que conquistou numa escola de artes, por conta de suas habilidades como desenhista. Para se sustentar, a jovem precisa arranjar um trabalho às pressas, e logo se vê como cuidadora de Adele, filha do misterioso e poderoso executivo Rochester, que vive em um apartamento exuberante, mas repleto de segredos. Jane nem imagina, mas esse emprego aparentemente simples vai arremessá-la em um mundo de intrigas, perigos e romance, que a levará além de tudo o que já sonhou na infância.

Essa é a história de Jane e sua busca por um lugar no mundo. Ele pode ser normal, complexo ou desafiador, desde que seja seu!

A aclamada roteirista Aline Brosh McKenna, tida como uma das mais lucrativas de Hollywood, faz sua estreia no mundo dos quadrinhos ao lado do premiado ilustrador Ramón K. Pérez, nesta releitura contemporânea do romance vitoriano Jane Eyre, da escritora inglesa Charlotte Brontë, considerado um dos mais importantes do século XIX, por ser o primeiro a dar o protagonismo a uma mulher tridimensional, antecipando e contribuindo com os primeiros movimentos sociais pelos direitos do voto feminino.

Jane foi indicado ao prêmio Eisner em 2018 nas categorias Melhor Publicação Juvenil e Melhor Desenhista.

Esta edição tem acabamento de luxo, com capa dura com verniz localizado e 228 páginas com as belíssimas cores de Irma Kniivila e Ramón Pérez, impressas em papel couché de alta gramatura.

Jane Eyre é um romance da escritora britânica Charlotte Brontë publicado em 1847. O livro, que tinha como subtítulo uma biografia, foi lançado originalmente em Londres, pela Editora Smith, Elder & Co., Cornhill, em 16 de outubro de 1847, em 3 volumes. Hoje em dia o romance é comercializado em um volume único. Jane Eyre foi escrito por Brontë com o pseudônimo Currer Bell.

O romance é considerado um marco do gênero Bildungsroman, que caracteriza os chamados “romances de formação”: acompanhando a jornada de uma protagonista ao longo de sua vida. Apresenta vários elementos da literatura gótica, tais como a ambientação da história, os edifícios, o mistério envolvendo a trama, composta por segredos do passado e os acontecimentos trágicos que rodeiam estes personagens.

A obra segue as emoções e experiências de sua heroína homônima desde sua infância, marcada por um distanciamento familiar e por traumas, até a sua idade adulta e seu amor para o Sr. Rochester, o herói byroniano É no amor entre Jane e Rochester que a narrativa apresenta todo o desenvolvimento da trama. A parte interna da trama trata do desdobramento gradual da sensibilidade moral e espiritual de Jane, e todos os eventos são coloridos por uma elevada intensidade que antes era do domínio da poesia. Desta maneira, Jane Eyre revolucionou a arte da ficção. Charlotte Brontë tem sido chamada de “a primeira historiadora da consciência privada” e a ancestral literária de escritores como Joyce e Proust.

O romance aborda diversos temas da época vitoriana, compondo diversas críticas sociais que envolvem a condição da mulher, em particular da preceptora. Estes debates são aprofundados por um forte simbolismo, mostrando um senso de moralidade, mas não deixando de contestar valores vitorianos que reforçavam a sujeição da mulher enquanto “aquela que deveria ser domesticada”. Temas como o classismo, a sexualidade e a religião aparecem de forma central em Jane Eyre.

O livro retrata a emancipação da mulher e de seu espírito, ideias contrárias, na cabeça de Brontë, aos livros de Jane Austen onde, segundo Brontë, as mulheres não eram aptas a trabalhar, devendo casar-se para garantir a sua sobrevivência. Neste livro, Charlotte Brontë, através de Jane Eyre, prova que as mulheres eram perfeitamente capazes de trabalhar e de ter uma vida, independentemente de se casarem ou não.

O romance mostra, dentro de um contexto de forte controle moral e sexual da mulher na era vitoriana, além do desenvolvimento da personagem, a forma como a mulher tinha seus ímpetos castrados a partir de uma noção de domesticação e civilidade imposta ao sexo feminino. Jane começa a narrativa enquanto uma garota selvagem, ao longo da história ela passa a ter seu comportamento engessado, vendo na srta. Temple o exemplo de feminilidade a ser seguido: um ideal vitoriano de moral e puritanismo. Essa civilidade conquistada a partir de uma longa educação é confrontada pela personagem de Bertha Mason, descrita como uma mulher indomável e selvagem, o contraposto do que era exigido na época.

Charlotte Brontë faz duras críticas à distinção dos sexos e à condição de inferioridade passiva atribuída às mulheres, principalmente às preceptoras. A época em que Brontë viveu é descrita por muitos estudiosos como de forte puritanismo e de defesa dos valores morais. Existiu uma forte intensificação entre as diferenças de classe e de gênero. A era vitoriana é colocada enquanto um período de fortes contradições, em que a mulher poderia ser chefe de Estado ou dona de casa, mas o meio termo era marginalizado. Houve um forte controle moral e sexual, recaindo sobre as mulheres de forma mais profunda.

Diversos médicos, como o doutor William Acton, sustentavam a tese da mulher assexuada. Essas teses colocavam a maternidade, o amor ao lar e aos deveres domésticos enquanto as únicas paixões na vida de uma mulher. O sexo era justificado pelo desejo da maternidade e pela satisfação de seus maridos. Nesse período um grande número de prostíbulos aparece nas grandes cidades, e a condição dessas mulheres era a de maior miserabilidade, já que seus desejos pelo sexo eram lidos como vícios e distúrbios. Do outro lado do espectro da sexualidade estava a preceptora. Enquanto a prostituta era considerada doente pela prática sexual, a preceptora era vista como uma mulher frígida e que não deveria ter desejos e aspirações pessoais, sendo anulada enquanto ser humano muitas vezes.

Charlotte Brontë trabalhara como preceptora e mostrava seu descontentamento em relação à forma com que essas trabalhadoras eram tratadas, chegando a enviar uma carta para sua irmã, Emily, contendo um desabafo em relação à esse tratamento:

“A preceptora particular não tem existência, não é considerada como ser vivo e racional, exceto em relação aos deveres enfadonhos e cansativos que tem que cumprir. Enquanto está ensinando, trabalhando e divertindo as crianças, tudo bem, mas se rouba uns momentos para ela, torna-se incômoda.”

Aline Brosh McKenna
É uma premiada cineasta e uma das roteiristas mais lucrativas da história. É mais conhecida por sua adaptação para o cinema do romance O Diabo Veste Prada. O roteiro é considerado um clássico moderno, repleto de diálogos e passagens memoráveis, contando com uma das mais notáveis atuações de Meryl Streep como a editora tirana de uma revista de moda, Miranda Priestly. Em 2006, o talento de McKenna foi reconhecido com indicações da Associação de Escritores da América, BAFTA e Scripter pelo seu trabalho nesse filme.

Em 2014, McKenna acrescentou a televisão ao seu currículo assumindo a coautoria da série Crazy Ex-Girlfriend, aclamada pelos críticos e laureada no Emmy, e trabalhou como showrunner, roteirista e produtora‑executiva até a sua conclusão, na quarta temporada. Também dirigiu o episódio final da primeira temporada e escreveu e dirigiu o episódio final da segunda. Criou a série ao lado da atriz principal, Rachel Bloom.

Os filmes nos quais McKenna trabalhou incluem o fenômeno Vestida para Casar, sucesso mundial estrelado por Katherine Heigl; Uma Manhã Gloriosa, com Rachel McAdams e Harrison Ford; Compramos um Zoológico, dirigido por Cameron Crowe e estrelado por Matt Damon; e a adaptação de Annie, que foi ovacionada pela diversidade de seu elenco e pela renovação ímpar e atual de um clássico da Broadway.

Ramón K. Pérez
Recebeu múltiplos prêmios Eisner e Harvey por Conto de Areia (já lemos, veja nosso texto aqui), em 2012, e conquistou o público fã de super-heróis pelo trabalho com a Marvel Comics em Wolverine e os X-Men, O Espetacular Homem-Aranha, Nova, John Carter: The Gods of Mars, Demolidor e Gavião Arqueiro, este feito em parceria com Jeff Lemire, autor de O Ninguém. Também trabalhou para a editora Dark Horse no título Star Wars: Clone Wars e para a DC Comics. Em 2017, ele e a roteirista Aline Brosh McKenna lançaram Jane, para a Boom Studios/Archaia. Ele também é o criador das obras Butternutsquash e Kukuburi e, além de quadrinhos, seu talento ainda pode ser encontrado em RPGs clássicos e em várias ilustrações do mercado editorial e publicitário. Ramón vive em Toronto, em um estábulo com três plantas e Boba Fett.

Link para compra:
https://www.amazon.com.br/Jane-Exclusivo-Aline-Brosh-Mckenna/dp/8593695302

Jane

Formato 16 x 23,5 cm
228 páginas coloridas
Capa dura com verniz localizado

Fabio Camatari Escrito por:

Dinheiro não traz felicidade... mas compra quadrinhos, que é quase a mesma coisa!